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Livro traz abordagem experimental da química de coordenação e põe em foco a importância dos complexos metálicos

Obra foi escrita por pesquisadores do Instituto de Química da USP
PorBy Maria Celia Wider
• CEPIDRIDC Redoxoma
04/11/2022
São Paulo, Braszil

Química de Coordenação — Uma abordagem experimental “Toda química moderna é de coordenação.” A afirmação é da professora Ana Maria da Costa Ferreira, autora, com o professor Henrique Eisi Toma, do livro Química de Coordenação — Uma Abordagem Experimental, lançado pela Edusp. Os autores são professores do Instituto de Química da USP e Costa Ferreira é também pesquisadora do CEPID Redoxoma.

A química de coordenação estuda como elementos metálicos centrais coordenam a atração e disposição de outras moléculas ou íons, chamados de ligantes, formando complexos metálicos. Como elementos metálicos são utilizados em todos os tipos de objetos e produtos e são essenciais para o funcionamento do organismo humano, a química de coordenação abrange, além da química, áreas como biologia, medicina, metalurgia, engenharia, materiais, eletrônica, catálise e processos industriais.

Henrique Eisi Toma e Ana Maria da Costa Ferreira
Henrique Eisi Toma e Ana Maria da Costa Ferreira
Foto: CEPID Redoxoma

“Esse livro é pioneiro em tentar mostrar que, através da análise de química de coordenação, você entra, por exemplo, numa bioquímica do ponto de vista inorgânico, que é a bioinorgânica, e você muda a visão da bioquímica. Você fala dos elementos na natureza, da importância dos metais nas enzimas, você muda a visão biológica que é fixada em carbono, nitrogênio, oxigênio”, afirma Toma. Segundo o pesquisador, quando falamos dos elementos da vida, pensamos nos compostos orgânicos, mas a vida tem pelo menos 25 elementos de constituição, dos quais 19 são inorgânicos. “O porquê disso é que a evolução não começou com compostos orgânicos, começou com a natureza mineral, com as transformações que ocorrem no mundo mineral, e foi isso que a vida incorporou. A gente muda inclusive a maneira de ver a evolução da química.”

Henrique Eisi Toma e Ana Maria da Costa FerreiraOs autores ressaltam que, “na área de materiais, é basicamente só química de coordenação; em nanotecnologia, a química de coordenação é a linguagem; em catálise, a maior parte dos catalisadores são compostos inorgânicos; em catalise enzimática — e aí se incluem as enzimas redox — a mesma coisa. Então toda área de conhecimento, a parte de luminescência, lasers, marcadores, tudo está ligado à química de coordenação”.

Além de trazer conceitos teóricos, o livro descreve em detalhes a execução de experimentos para serem realizados na sala de aula. “Para falar sobre esse livro, precisamos voltar ao final dos anos 70, quando o Henrique e eu começamos a dar aulas. Naquela época, a química de coordenação era assunto de pós-graduação, era a fronteira do conhecimento. Em 1981, criamos um curso na graduação com foco na química de coordenação e não tínhamos sequer um laboratório. Por isso costumo dizer que química de coordenação no IQ-USP tem pai e mãe. Fazíamos apostilas e fomos elaborando, trazendo dados de pesquisa e vice-versa. Esse livro é o resultado de 40 anos de experiência,” afirma Costa Ferreira.

O livro foi publicado pela Edusp em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação da USP, dentro do Programa de Incentivo à Produção de Livros Didáticos para o Ensino de Graduação (PIPLDE).