CEPID Redoxoma agora é também um Centro de Pesquisa e Inovação Especial da USP
O CEPID Redoxoma se tornou um dos Centros de Pesquisa e Inovação Especiais (CEPix) da USP, criados para dar continuidade às atividades dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), financiados pela FAPESP, cujo prazo de vigência esteja se encerrando.
Para o professor Maurício Baptista, diretor do CEPix Redoxoma, a iniciativa representa uma oportunidade de manter a rede de pesquisa. “A minha visão é que agora a gente vai ter que lutar para permanecer unido, sem o financiamento da FAPESP. Isso implica negociar e encontrar outras formas de financiamento. A mudança de cultura que vai ter que ocorrer agora é pensar que não é o CEPID que vai manter todos os pesquisadores, mas todos os pesquisadores têm que manter o CEPix”. Ele lembrou, no entanto, que o CEPID Redoxoma ainda tem 14 meses de duração e que a implementação do CEPix depende de alguns passos burocráticos iniciais.
Ohara Augusto, diretora do CEPID Redoxoma, afirmou que “foi um alivio ver que a Reitoria atual da USP reconheceu os avanços que o projeto CEPID da FAPESP proporcionou para a pesquisa fundamental, a inovação e a difusão de conhecimento na USP e no estado de São Paulo e constatou que deveria manter esses Centros. Esperamos agora que a Reitoria continue apoiando os CEPIx, inclusive financeiramente, ao menos para manter as redes e as atividades de difusão. Eu espero também que o sucesso do projeto CEPID da FAPESP inspire as agências de fomento federais a re-editarem o projeto dos INCTs [Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia], mas com financiamento garantido e por longo prazo. Repetindo a professora Helena Nader na sua batalha em defesa da ciência e inovação no nosso país: Ciência e inovação não são feitas com soluços, necessitam de continuidade e longo prazo.”
O Redoxoma, segundo Baptista, tem o potencial de manter o reconhecimento como um centro redox internacional. “A gente tem história, competência, resultados e compreende muito bem a área. E as redes redox de homeostase são importantes para tudo. Na minha área, a dermocosmética, isso é reconhecido como sendo o mais importante e, ao mesmo tempo, o que as pessoas entendem menos. Tem essas duas características: os profissionais entendem que os processos redox são fundamentais, mas pouco sabem lidar com os conceitos atuais da área. O mesmo acontece, por exemplo, em doenças neurodegenerativas e no câncer de fígado. A área redox tem o potencial para fazer uma revolução na medicina e consequentemente gerar inúmeras parcerias. Eu sonho que consigamos ser um instituto internacional como um Max Planck ou um CNRS [Centre National de la Recherche Scientifique]”.
Os Centros de Pesquisa e Inovação Especial (CEPIx) passarão a fazer parte da estrutura acadêmica das unidades da USP e terão vantagens administrativas, como a possibilidade de assinar contratos com entidades públicas e privadas, além de gerir seus próprios recursos financeiros.
Encontro
Com a participação do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e do presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, o Encontro Acadêmico “CEPIx: novas fronteiras de pesquisa” reuniu na última quinta-feira 11 diretores dos CEPIDs vinculados à USP. No evento, os coordenadores e integrantes dos centros apresentaram e discutiram os principais destaques de cada CEPID em pesquisa, formação de recursos humanos, inovação, internacionalização, e educação e difusão.
No encontro, Carlotti afirmou que a preocupação da USP foi foi fazer com que os centros continuem estimulados a trabalhar em conjunto, dado que tiveram excelentes resultados, destacando que “os centros reúnem alguns dos melhores cientistas da USP”.
Diferente de outros centros de pesquisa da USP, os CEPix serão vinculados às Unidades da Ensino e Pesquisa. “Não seria justo trazê-los para a reitoria, deixando essa conexão que é muito importante. Fizemos um modelo misto, que é ligado à reitoria, mas também à unidade, para que possam continuar a trabalhar. O acordo foi feito com a unidade, mas a reitoria deu autonomia e também ofereceu a possibilidade de financiamento diretamente para esses centros”, afirmou o reitor
O presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, apresentou a palestra “Perspectivas de financiamento de pesquisa interdisciplinar”, na qual mostrou os investimentos feitos pela FAPESP em diversos de seus programas de fomento à pesquisa.
Ele afirmou que o modelo dos CEPIDs é semelhante ao programa da fundação de amparo à pesquisa da Alemanha, em que projetos são financiados por sete anos e os grupos que são são renovados recebem apoio das universidades. “Cada universidade arruma a sua solução, mas ela tem que dar um apoio até que aqueles grupos que ali ficaram se reorganizem, para que a pesquisa não seja interrompida. Então, mais uma vez, nós estamos fazendo o correto”.
Assista ao encontro “CEPIx: novas fronteiras de pesquisa” em https://www.youtube.com/watch?v=wPUz_BoUKN8